por Renato Autilio
Muitas pessoas estão focadas em ganhar seguidores e, infelizmente, algumas recorrem a enganos para aumentar sua popularidade nas redes sociais. Esse comportamento pode ser motivado pela busca de validação, reconhecimento social, ou até mesmo por interesses comerciais.
Como publicitário “raiz”, fico impactado com esses movimentos onde os números equivocados valem mais do que os verdadeiros. Sou muito atento e crítico em relação ao conteúdo que consumimos online e valorizo a autenticidade, a veracidade – será que essa palavra ainda existe? – e a transparência.
Entendo que a quantidade de seguidores pode parecer importante, especialmente em contextos em que a influência digital é valorizada. No entanto, ter seguidores falsos ou desconectados pode prejudicar a credibilidade e a autenticidade. Seguidores reais e engajados são mais valiosos, pois representam uma audiência genuína e interessada no conteúdo, contribuindo para um relacionamento mais significativo e duradouro.
Vivemos num mundo digital onde atraímos seguidores BBB – aqueles que só nos espionam e não nos consomem. Mas noto que somos mais valiosos pelo número de pessoas que nos seguem e não pela qualidade dessas pessoas. Essa vaidade digital supera os próprios ideais das pessoas e dos negócios. Vivemos a era do “fake” para sermos notados. É mais ou menos como num teatro de marionetes, a própria plateia ser repleta delas – não importa a qualidade do espetáculo e sim se o teatro está cheio (ou melhor: com os assentos ocupados).
Construir uma rede social com seguidores alinhados aos seus interesses e valores requer uma abordagem estratégica e autêntica. Entenda claramente o que você quer compartilhar e quem é seu público-alvo. Quanto mais específico for o seu nicho, mais fácil será atrair seguidores alinhados. Publique regularmente conteúdo que seja interessante, relevante e útil para o seu público. Use uma mistura de formatos, como textos, imagens, vídeos e histórias, para manter o engajamento. Isso é importante para atrair esse tal de “algoritmo”, personagem que se tornou mais importante do que você mesmo. Já notou isso? Ele decide o que é bom ou ruim para a sua vida ou seu negócio e você deve obedecê-lo e trabalhar para ele: no que publicar, quantas vezes postar e como!
Torne-se refém: responda a comentários, mensagens diretas e participe de discussões. Isso demonstra que você valoriza sua comunidade e está interessado em construir relacionamentos. Parcerias e colaborações com outros influenciadores do seu nicho podem ajudar a expandir seu alcance e atrair seguidores alinhados: um por todos, todos por um – você se tornará um “mosqueteiro” sem perceber. Utilize as ferramentas de análise disponíveis nas plataformas de mídia social para entender quais tipos de conteúdo ressoam mais com seu público e ajuste sua estratégia conforme necessário – não é você mais quem decide o que dizer, agora você se tornou refém, também, daquele tal algoritmo que citei acima. E por falar nisso, deixe tudo que é importante de lado no seu negócio e mantenha um cronograma de postagem consistente para manter seu público engajado e interessado. Se focar em quantos seguidores você tem se tornou tão ou mais importante do que sua receita mensal.
Seguir essas práticas pode ajudá-lo a construir uma comunidade de seguidores que compartilham seus interesses e valores, resultando em interações mais significativas e autênticas. Mas, se for inteligente, tem a chance de tentar mostrar a sua verdadeira personalidade e valores. Ainda há pessoas que tendem a se conectar com perfis autênticos e transparentes, felizmente…
Shakespeare (se alguém ainda o conhece, pois por ironia poética ele não tem redes sociais) já dizia: “Ser ou não ser, eis a questão”. Portanto, decida o que você deseja ser nas suas redes. Ainda dá tempo de ser apenas “você”.