Por Amanda Castelucci Autílio
“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.”
Essa é uma das mais icônicas frases de Antoine de Saint-Exupéry, dita pela raposa ao pequeno príncipe em um momento de profunda reflexão sobre o valor das conexões emocionais. Essa mensagem nos lembra que aquilo que realmente importa na vida é sentido, não apenas visto. Mas, em um mundo cada vez mais focado nas aparências e nos padrões impostos pela sociedade e pelas redes sociais, como preservar essa essência e viver de forma autêntica?
No universo do Personal Branding, essa reflexão ganha ainda mais relevância. Marca pessoal não é apenas sobre imagem ou reputação — é sobre a projeção consciente de quem você realmente é. Envolve valores, paixões e talentos que devem ser comunicados de maneira genuína e autêntica. Em tempos em que a hiperconexão digital molda percepções e cria padrões inalcançáveis, construir uma marca pessoal é, antes de tudo, um ato de coragem e resistência à superficialidade.
Uma marca pessoal forte exige autenticidade. Ser autêntico significa aceitar sua história, reconhecer seus valores e não permitir que a sociedade dite quem você é. No entanto, isso é desafiador em um ambiente onde a palavra do ano, eleita pela Oxford University Press, é “Brain Rot” (apodrecimento cerebral). Esse termo resume o impacto exaustivo da vida moderna focada nas telas, que consome nossa energia mental e dificulta a conexão com nosso verdadeiro eu.
Essa dependência de telas é alimentada por um ciclo incessante de trabalho, notificações e entretenimento, criando uma fadiga que mina nossa criatividade, produtividade e capacidade de refletir profundamente. Não é coincidência que tantas pessoas se sintam desconectadas de si mesmas e busquem desesperadamente um sentido para suas vidas.
Portanto, a construção de uma marca pessoal autêntica também passa por um processo de desconexão das telas e reconexão consigo mesmo. Para se destacar no mundo profissional (e pessoal) sem se perder na superficialidade, é essencial adotar práticas que valorizem o que é “invisível aos olhos”. Meditação, journaling, tempo na natureza e limites claros para o uso do seu celular são passos simples, mas poderosos, para quem deseja fugir do ciclo de “Brain Rot” e viver alinhado com seu verdadeiro eu.
A mensagem da raposa em O Pequeno Príncipe ecoa mais forte do que nunca: só quando nos conectamos ao nosso coração somos capazes de construir uma vida (e uma marca pessoal) que reflete quem realmente somos. Não permita que o mundo online ou as expectativas alheias ditem quem você deve ser. Olhe para dentro, confie no que sente e deixe que o mundo veja o que você tem de mais único e verdadeiro.
E aqui vai uma dica de leitura: O ato criativo: uma forma de ser, de Rick Rubin. O autor ajuda artistas dos mais variados gêneros a se conectarem com a fonte de sua criatividade para descobrir quem são de verdade e o que de melhor têm a oferecer ao mundo.
Vale a pena a leitura!