Por Renato Autílio
Quando a gente faz o que ama, tudo fica mais fácil. Ao fazer uma retrospectiva desde a primeira marca ou campanha que criei, parece que todos os desafios foram superados como em cada fase de um game: uma mistura de emoção, alegria e realização.
Trabalhar com propaganda é ter uma folha em branco à sua disposição a cada novo “job”. Para alguns, essa liberdade é assustadora, já para outros é a chance de “criar”. E criação para mim é a forma mais genuína da liberdade. Muitas vezes me pego rindo sozinho diante dos meus próprios pensamentos.
Para mim, que estou nessa jornada criativa por uma vida já, não reluto em dizer que “criação” é um exercício: quanto mais se cria, mais se exercita esse poder de enxergar as coisas por ângulos diferentes. Basta ser observador, ter conhecimento sobre o assunto e ter bom humor. Sim, o bom humor é a base criativa para tudo.
Não tenho a arrogância ou pretensão de dizer que uma pessoa criativa nasce com dom ou talento para isso. Uma pessoa se torna criativa com o tempo e, principalmente, da forma como enxerga o mundo e como se predispõe a viver nele.
Outro ponto que o “criativo” precisa exercitar é o desapego sobre suas próprias criações. Ele precisa ter em mente que após o “parto criativo”, a “criatura” tem vida própria e trará a contribuição às pessoas, que for realmente capaz.
Já me deparei algumas vezes escutando elogios sobre algo que criei com a minha equipe, sem que a pessoa que elogiou soubesse que estava diante de quem criou. Esse distanciamento sempre me fez admirar – de fora – todas as minhas criações e o rumo que tomaram em suas vidas próprias.
O tempo passou e por todo lado sou cercado por minhas criações – minhas criaturas – como se fizessem parte de uma odisseia escrita por mim. Portanto, deixo aqui um conselho aos criativos: sejam viajantes das suas próprias histórias. Após todo esse tempo eu afirmo: valerá a pena!